Na década de 70 as opções de automóveis no mercado se resumiam a uns poucos modelos das montadoras da época que eram a Ford, GM, Chrysler e VW.
Quem não podia ter um Maverick GT V8, um Opala SS 6 cilindros ou um Charger RT V8 mas queria fazer seu VW andar tinha que "envenenar" o motor.
Existem várias maneiras de aumentar a potência de um motor, naquela época consistia em trocar a carburação (injeção nem pensar), virabrequim especial, alteração do comando de válvulas, bomba elétrica, sistema de cárter seco, distribuidor com dois platinados e troca de bobina por uma de maior rendimento.
Sem falar no escapamento especial e num turbo.
Podia-se aumentar a cilindrada de um VW de 1300 para 1500, 1600, 1800, 2000 até 2100 cilindradas e como todas as alterações fazer o carro atingir 150 hp. Transformar um 1300 em 1500 ou 1600 era fácil, trocando-se apenas o kit original de fábrica, daí pra frente é que a coisa pegava.
Num motor mais forte o eixo de comando e as válvulas precisariam ser trocados assim como os coletores de admissão e escapamento. Um retrabalho nos cabeçotes era essencial, fazendo o alargamento e o polimento das câmaras de combustão além de rebaixar o cabeçote, elevando a taxa de compressão de 7:1 para até 9:1 ou mesmo 11:1, mas para que tudo isso funcionasse era obrigatório o uso de "gasolina azul".
Um distribuidor com avanço centrífugo também era necessário, melhor ainda um distribuidor com dois platinados e bobinas de alta capacidade, neste caso a substituição das velas pelas chamadas "velas frias".
Com todos estes "venenos" o aquecimento é inevitável, tornando necessária a instalação de uma bomba de óleo especial ou até mesmo um radiador de óleo externo. O sistema de cárter seco é aconselhado em casos mais extremos.
Com toda a potência extra deve-se modificar o escalonamento das marchas e a relação da coroa/pinhão, com o volante ligeiramente aliviado. Usar a embreagem da Kombi ajudava, por ser mais resistente.
Para monitorar esse "novo" motor era hora de equipar o painel com indicador de pressão e temperatura do óleo além de um imprescindível conta-giros.
Externamente o uso de rodas e pneus maiores e suspensão rebaixada garantiam uma melhor estabilidade.
1-dupla carburação Weber 48-48 IDA Cr$ 3.200,00;
2-dupla carburação Solex 30/PIC/1500 Cr$ 525,00;
3-dupla carburação Solex 30/PIC/1600 Cr$ 525,00;
4-kit de injeção direta Hilborn Cr$ 6.500,00;
5-turbocompressor Lacom ;
6-distribuidor Mallory com dois platinados Cr$ 682,00;
7-bobina Mallory 50.000 volts Cr$ 484,00;
8-dupla carburação Solex 40EI/P Cr$ 738,00;
9-dupla carburação Solex 40/PII/4 Cr$ 1.1980,00;
10-dupla carburação Atuel 3-36 Cr$ 1.300,00;
11-bomba de gasolina mecânica VA-21 Cr$ 50,00;
13-polia do virabrequim graduada Jocar Cr$ 130,00;
14-virabrequim roletado SPG Cr$ 4.400,00;
15-polia do virabrequim graduada ESEG Cr$ 80,00;
16-embreagem do tipo "chapéu-chinês" AMORTEX Cr$ 180,00;
17-volante aliviado com furação para virabrequim roletado Cr$ 260,00;
18-comando de válvulas ISKENDERIAN 228, Cr$ 605,00;
19-comandos de válvulas MT-10 e SS-100 Cr$ 150,00 cada;
20-comando de válvulas J-10 Cr$ 300,00;
21-dupla carburação SOLEX 40-EI Cr$ 738,00;
22-dupla carburação WEBER 40-40 IDF Cr$ 2.200,00;
23-filtros de ar SILPO Cr$ 120,00;
24-coroa e pinhão 8:31 Cr$ 223,00;
25-caixa de engrenagens nº3 Cr$ 2.430,00;
26-kit KS de 88 mm de diâmetro Cr$ 1.500,00;
27-virabrequim de 78,4 mm de curso Cr$ 650,00;
28-bomba de óleo CUMMINGS para cárter seco Cr$ 1.055,00;
30-dupla carburação SOLEX 40-EI Cr$ 750,00;
31-par de cabeçotes trabalhados de dupla entrada Cr$ 850,00;
32-coletores SCAT para carburadores WEBER Cr$ 200,00;
33-tampas de comando de válvulas de magnésio aletadas, de Cr$ 100,00 a Cr$ 180,00;
34-silenciador K-500 KADRON Cr$ 225,00;
35-silenciador K-503 KADRON Cr$ 225,00;
36-protetor da correia HOT Cr$ 25,00.
A mão de obra também não era barata.
Cabeçotes trabalhados de Cr$ 300,00 a Cr$400,00 o par. Mão de obra de montagem de um motor com virabrequim roletado de Cr$ 600,00 a Cr$ 800,00. Balanceamento estático e dinâmico do virabrequim Cr$ 150,00. Regulagem do motor com dupla carburação de Cr$ 50,00 a Cr$ 120,00. Preparação de um motor completo(excluindo carburação) do Fusca 1300 a 1900 de Cr$ 3.200,00 a Cr$ 5.000,00 com garantia de 5.000 a 10.000 km. Preparação de um motor completo de TL e Variant até 2.000 cc de Cr$ 2.400,00 a Cr$ 5.000,00 com garantia de 5.000 a 10.000 km. Preparo de motores 1.600 com ventoinha vertical na base de troca (excluindo dupla carburação) de Cr$ 4.000,00 a Cr$ 5.000,00 dependendo do grau de "veneno".
Fonte: Revista 4 Rodas
ola pessoal.....alguém sabe de algum comando iskenderian de fusca para competição?
ResponderExcluirE tudo isso para fazer um Fusca que chegava a no máximo 120 km/h de final, ir a uns 150, 160 km/h, hoje isso não é nada, pois qualquer 1.0 de hoje chega a isso brincando, mas há 40 anos atrás, um Fusca chegar a 150 km/h era algo extraordinário.
ResponderExcluirEra fantástico. Tive meu KarmannGhia modificado na própria Puma. Foram trocados Kit 88mm, eixo 78mm, carbs Solex 40, cárter seco completo, comando P2, válvulas grandes, descarga 4x2, com isso tudo e a cilindrada aumentada para 1.9 o carrinho ficou um avião.
ResponderExcluirMuito bom mesmo professor.
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